Romance - 9º ano

quarta-feira, 4 de maio de 2011
           O termo romance  pode referir-se a dois gêneros literários. O primeiro deles é uma composição poética popular, histórica ou lírica, transmitida pela tradição oral, sendo geralmente de autor anônimo; corresponde aproximadamente à balada medieval. Como forma literária moderna, o termo designa uma composição em prosa.
           Herdeiro da epopeia, o romance moderno é tipicamente um gênero narrativo, assim como a novela e o conto. A diferença entre romance e novela não é clara, mas costuma-se definir que no romance há um paralelo de várias ações, enquanto na novela há uma concatenação de ações individualizadas. No romance, uma personagem pode surgir em meio a história e desaparecer depois de cumprir sua função. Outra distinção importante é que no romance o final é um enfraquecimento de uma combinação e ligação de elementos heterogêneos, não o clímax.
            Há de notar que o romance tornou-se gênero preferencial a partir do Romantismo, por isso ficando o termo romance associado a este. Entretanto o Realismo teria no romance sua base fundamental, pois apenas este permitia a minúcia descritiva, que exporia os problemas sociais.
            Dom Quixote de La Mancha, escrito no início do século XVII, é geralmente considerado como o precursor do romance moderno. Na tentativa de parodiar o romance de cavalaria, Miguel de Cervantes não só escreveu um dos grandes clássicos da literatura, como ajudou a firmar o gênero que viria substituir a epopeia, a qual, já agonizante, desapareceria no século XVIII, com o advento da revolução industrial. O romance é, segundo Hegel, a epopeia burguesa moderna.
           A partir de meados deste século intensifica-se a discussão em torno de uma provável crise do romance, sua possível morte. Essa morte teria ocorrido por volta dos anos 50: Na França Alain Robbe-Grillet, Claude Simon, Robert Pinget, Nathalie Sarraute, Marguerite Duras, Michel Butor, entre outros, rejeitam o conceito de romance cuja função é contar uma história e delinear personagens conforme as convenções realistas do século XIX; transgridem também outros valores do romance tradicional: tempo, espaço, ação, repúdio à noção de verossimilhança etc. Sartre diz que ao destruírem o romance, esses escritores, na verdade, estão renovando-o, principalmente com a influência do cinema. É o noveau roman sacudindo as bases tradicionais da literatura.
           Que a palavra romance se desgastou ao ponto de se criar preconceitos em torno dela, isso não se discute. Há pessoas, por exemplo, que acreditam que o fato de não lerem romances é um sintoma de intelectualidade. Na maioria das vezes, entretanto, quando se diz eu não leio romance está-se querendo dizer eu não leio prosa de ficção. Assim o preconceito se espalha para a literatura em geral.
          Outra coisa indiscutível é o fato de o romance não ocupar mais o mesmo espaço que ocupou até o início deste século. Michel Butor diz que é preciso compreender que toda invenção literária, hoje em dia, produz-se no interior de um ambiente já saturado de literatura. Para Henry James o romancista é alguém para quem nada está perdido. Para Mishima a literatura é uma flor imperecível. Para Barthes a única verdadeira crise do romance acontece quando o escritor repete o que já foi dito ou quando deixa de escrever.

                              ALGUNS ESCRITORES BRASILEIROS

José de Alencar


          Considerado o mais importante escritor do Romantismo brasileiro, é ele quem consegue expressar o perfeito retrato da cultura brasileira, explorando novas vertentes da produção literária, criando e abrindo caminhos para a criação de uma literatura brasileira original, ampla e de boa qualidade. E por isso foi o autor que mais se aproximou do objetivo da escola romântica, mesclando a idealização e o sonho com um realismo sutil, valorizando os elementos naturais da cultura brasileira e o índio como figura-mãe da original cultura brasileira. Suas obras foram capazes de inspirar nos burgueses o gosto pela leitura nacional e também, de inspirar diversos autores a seguir caminhos por ele traçados, concretizando assim seu projeto nacionalista de revelar o Brasil num todo.Dentre as obras mais importantes de José de Alencar estão:
Bernardo Guimarães

          Suas obras conservam o caráter linear romântico, apresentando a estrutura folhetinesca típica de sua época; prezam pela valorização do pitoresco e do regional, resgatando os hábitos típicos da sociedade imperial. Caracteriza-se por usar, por vezes, a linguagem oral em sua obra e fazer críticas sutis aos sistemas patriarcal, clerical e escravocrata do Brasil Império. Entres suas principais obras, destacam-se:
Visconde de Taunay

          Seus romances apresentam a habitual estrutura romântica linear e acessórios realistas. Caracterizados por estarem integrados à vertente sertanista, preocupando-se em retratar de forma rica e real o ambiente particular da região centro-oeste brasileira. Dentre as principais de obras de Visconde de Taunay estão:
Manuel Antônio de Almeida

          Um dos principais traços da obra de Manuel Antônio de Almeida é o predomínio do humor sobre o dramático, suas personagens eram caricaturizadas, com ênfase aos seu defeitos, os acontecimentos da trama desmentiam as aparências das personagens .Seu romance era Picaresco, relativo a picadeiro, ou seja, eram romances cômicos e tendiam ao patético, substituindo o dramático habitual do romantismo por um humor crítico e sagaz. Sua produção apresenta uma ausência da tragédia humana em função de quebrar mais um cacoete romântico. Dentre as obras de Manuel Antônio de Almeida destaca-se:

 Machado de Assis


  • A mão e a luva
  • Helena
  • Memórias Póstumas de Brás Cubas 
  • Dom Casmurro


          A obra de Machado de Assis assume uma originalidade despreocupada com as modas literárias dominantes de seu tempo. Os acadêmicos notam cinco fundamentais enquadramentos em seus textos: "elementos clássicos" (equilíbrio, concisão, contenção lírica e expressional), "resíduos românticos" (narrativas convencionais ao enredo), "aproximações realistas" (atitude crítica, objetividade, temas contemporâneos), "procedimentos impressionistas" (recriação do passado através da memória), e "antecipações modernas" (o elíptico e o alusivo engajados a um tema que permite diversas leituras e interpretações).

Guimarães Rosa


           Grande Sertão: Veredas
         O lançamento de Grande Sertão: Veredas causa grande impacto no cenário literário brasileiro. O livro é traduzido para diversas línguas e seu sucesso deve-se, sobretudo, às inovações formais. Crítica e público dividem-se entre louvores apaixonados e ataques ferozes. Torna-se um sucesso comercial, além de receber três prêmios nacionais.
O autor, com seus experimentos lingüísticos, sua técnica, seu mundo ficcional, renovou o romance brasileiro, concedendo-lhe caminhos até então inéditos. Sua obra se impôs não apenas no Brasil, mas alcançou o mundo.

Graciliano Ramos


  • Caetés
  • São Bernardo
  • Vidas Secas
          Dono de estilo contundente e direto, Graciliano Ramos é um dos mais importantes autores da literatura brasileira, cujo interesse estético é inseparável do comprometimento ético de estilo contundente e direto.
De maneira geral, seus romances caracterizam-se pelo inter-relacionamento entre as condições sociais e a psicologia das personagens, ao que soma uma linguagem precisa e despojada, de períodos curtos mas de grande força expressiva.


Érico Veríssimo

  • Clarissa
  • Olhai os lírios de campo
  • O tempo e o vento
  • Saga



          Érico Veríssimo, sendo um escritor de estilo simples e direto, um contador de histórias como gostava de ser conhecido, exterior ao círculo cultural e cosmopolita do Rio de Janeiro e S. Paulo, tem uma infância tranquila e despreocupada, pois que descendia de famílias tradicionais de proprietários estancieiros, por ambos os pais, mas ainda menino-criança vai ser testemunha da rápida decadência familiar, ao ver em poucos anos dissipar-se a fortuna, o que o obriga a procurar trabalho em ofícios menores, e a mãe, para evitar a pobreza extrema, a dedicar-se à costura. Claro que tudo isto levou inevitavelmente à ruptura do casamento dos pais.


Lygia Fagundes Telles
       

  •  Ciranda de pedra
  •  Verão no aquário
  •  As meninas
  •  As horas nuas


          Apresentada no início de sua carreira como adepta da ficção introspectiva, sofreu comparação inevitável com Clarice Lispector, de quem seria uma espécie de herdeira menor. Embora, de fato, a exemplo da autora de A hora da estrela, Lygia Fagundes Telles revelasse gosto pela análise psicológica e pela criação de personagens femininas, normalmente vistas a partir de narrativas em primeira pessoa, ela sempre demonstrou originalidade. Esta originalidade – intensificada nos anos 70 – resulta da síntese que a autora realiza entre uma arguta visão da interioridade feminina e a convincente construção de um mundo objetivo


Raquel de Queiroz


  •  O quinze
  •  Caminho de pedra
  •  As três Marias
  •  Dôra, Doralina
  •  Memoria de Maria Moura




          Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza em 1910. Já havia na literatura brasileira recente um livro em que a seca nordestina era a paisagem na qual transcorria a ação ficcional, mas foi em 1930, com a estréia de uma jovem de 19 anos, que a seca passou a ser não apenas o ambiente mas o próprio personagem da história narrada. Mais do que o personagem, ela se transfigurou num estilo conhecido, então, pela primeira vez: uma prosa árida, despojada, o avesso completo de qualquer possibilidade épica. Livrando-se de todo excesso romanesco, Rachel de Queiroz esteve no princípio do movimento regionalista, um dos mais importantes que o país já teve e que revelou nomes da importância de Graciliano Ramos e Jorge Amado, entre outros. O Nordeste brasileiro tornou-se, enfim, conhecido através de uma voz literária própria. Posteriormente, tendo escrito um romance feminino de formação, trabalhado como jornalista e com forte atuação política, ela se transformou num símbolo das conquistas da mulher brasileira e foi a primeira escritora a entrar para a Academia Brasileira de Letras.
 
Joyce Cavalcante


  •  O cão chupando manga
  •   Inimigas íntimas
  •   Costela de Eva
  •    De dentro pra fora

           É romancista, contista, cronista e jornalista. Tem sete livros publicados e participou de oito antologias. Tem obras traduzidas e publicadas na Itália, Suécia, México e Estados Unidos.
Nasceu em Fortaleza, cidade situada ao nordeste do Brasil, logo abaixo da linha do Equador, por isso cheia de sol, mar, entusiasmo e sem pecados. De lá retirou elementos sobre a vida provinciana e conformada das mulheres criadas para rezar, casar e morrer. Com tais elementos tem trabalhado até hoje. Morou no Rio de Janeiro - onde descobriu a possibilidade de sobreviver numa cidade maior - em New York e Washington, DC. Mudou-se para São Paulo onde vive em estado de permanente criação.


Sugestões de filmes:


  • A Moreninha;
  • Grande sertão: Veredas;
  • Inocência;
  • Memórias póstumas de Brás Cubas;
  • O Quinze;
  • Policarpo Quaresma: heroi do Brasil;
  • Primo Basílio;
Fontes:
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/genre.php?genreid=155&letter=&start=90

http://pt.wikipedia.org/wiki/Romance



Para responder:


1) Escreva a sinopse do romance que você leu.

2) qual é o foco narrativo ( tipo de narrador ) do romance que você leu?

3) As personagens a seguir fazem parte de qual romance acima citado? Escreva algumas características deles.

a) Capitu -
b) Bentinho -
c) Martim -
d) Eugênio -
e) Pereira -
f) Olívia -
g) Zezito -
 

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